terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Peça de teatro: ‘O julgamento de Sócrates’



Teatro da UFF
Rua Miguel de Frias 9, Icaraí, Niterói.
Sextas, sábados e domingos, às 20h.
Preço: R$ 50 (inteira).
Classificação: 10 anos.
Telefone: 3674-7515.
De 02 de Março até 17 de março. 

Sócrates defende-se em um tribunal de uma série de acusações que lhe são feitas, em especial ter ideias diferentes do estabelecido pela sociedade e pela religião
Niterói recebe uma livre adaptação do clássico “Apologia de Sócrates”, de Platão, com texto e direção de Ivan Fernandes. A peça “O Julgamento de Sócrates” é interpretada pelo ator Tonico Pereira que, de forma simples e delicada, apresenta ao público a defesa de Sócrates no julgamento em que o condenou à morte por envenenamento. O espetáculo entra em cartaz na próxima sexta, dia 2 de março, no Teatro da UFF, em curta temporada até o dia 17 de março. As apresentações acontecem às sextas, sábados e domingos, sempre às 20h.
A obra celebra as “bodas de ouro” de carreira de Tonico Pereira que, pela primeira vez, se apresenta em um monólogo. E não poderia ter local diferente para a celebração deste momento.
“Faço um balanço desses anos de carreira profundamente positivo, mesmo porque são 50 anos ininterruptos, trabalhando o tempo todo. Me sinto um privilegiado. É excelente ter tido esse tempo não só de carreira, mas de trabalho. Me sinto muito bem em comemorar meus 50 anos de carreira interpretando Sócrates, um homem comum, do povo, como eu me sinto. É uma tarefa que tenho que exercer como ator e, principalmente, como cidadão”, diz Tonico.
Diante da plateia, Sócrates expõe e defende-se em um tribunal de uma série de acusações que lhe são feitas, em especial ter ideias diferentes do estabelecido pela sociedade e pela religião (como o livre pensamento e a busca pelo conhecimento), corrompendo a juventude com essas ideias.
No palco, Sócrates, com figurino neutro e atemporal, defende perante a plateia de “espectadores-jurados” não apenas suas ideias, mas sobretudo o direito de tê-las. Sendo um dos primeiros casos na história da humanidade de uma pessoa ser condenada por ter ideias diferentes do estabelecido pela sociedade.
O filósofo defende a necessidade de examinar a vida do ponto de vista ético e a busca pela sabedoria, sem mencionar a satisfação material. E são nesses conteúdos que está o grande destaque do espetáculo, pela contemporânea e grande relevância de suas palavras para o momento em que vivemos.
“Sócrates está muito perto da minha existência, desde a minha infância, desde a minha formação oralística. Nunca me detive estudando alguém especificamente para um personagem. Meu estudo sempre foi diante da vida que passava por mim, e eu prestando atenção, ouvindo tudo atento. Isso que me forma até hoje e me gabarita, dentro das limitações normais do ser humano. O espetáculo fala de Sócrates, fala de mim, fala dos ‘Sócrates’ que tive em minha vida, como um sapateiro e um professor de teatro. Fala do homem comum, o homem da vida”, garante Tonico. 
A peça é dividida em três partes: na primeira, Sócrates faz sua defesa, na segunda, após a condenação, o filósofo tem o direito de propor uma pena alternativa, mas se nega a fixar uma pena para si mesmo, pois isso seria reconhecer alguma culpa, e, finalmente, após a condenação final, ele diz suas últimas palavras para a sociedade que o condenou, prevendo tempos duros para Atenas e para todas as sociedades posteriores.
“No início da produção do espetáculo, senti uma enorme responsabilidade, tanto que o texto ficou pronto na minha gaveta quase um ano sem que eu tivesse coragem de mostrar. Temia estar sendo pretensioso. Mas, quando reli o texto, ficou muito clara a sintonia com a situação do Brasil atual, e entendi que o espetáculo tinha que ser montado. Em cena, são mostradas as questões essenciais debatidas por Sócrates em seu julgamento: a necessidade de se examinar criticamente a vida; de dar mais valor à sabedoria que aos bens materiais; de procurar a verdade, desmascarar o que é falso”, adianta o diretor Ivan.
“Não se trata de um espetáculo para discutir a Grécia antiga, é o pensamento grego vivo hoje, aplicado ao mundo de hoje”, assegura Ivan.

O Teatro da UFF fica na Rua Miguel de Frias 9, Icaraí, em Niterói. Sextas, sábados e domingos, às 20h. Preço: R$ 50 (inteira). Classificação: 10 anos. Telefone: 3674-7515. Até 17 de março. 

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